Tiago Abravanel: Relacionamento aberto não é bagunça!
- Rose Mossatti - Psicóloga
- 30 de set. de 2024
- 3 min de leitura

No dia 24 de setembro, Tiago Abravanel, em uma conversa franca no programa "Sobre Nós Dois", abriu uma importante discussão sobre a vida amorosa e os novos modelos de relacionamento. Ele revelou que vive um relacionamento aberto, trazendo à tona um tema que, apesar de ainda gerar polêmica, está cada vez mais presente nas conversas sobre relacionamentos contemporâneos. A fala de Tiago ajuda a desmistificar uma ideia enraizada em nossa sociedade: a de que todo relacionamento precisa seguir as normas da monogamia tradicional para ser considerado válido ou saudável.
Relacionamento aberto não é bagunça!
"Porque o povo pensa que pode pegar qualquer um. Não é exatamente assim. Cada um tem seu acordo e depende do casal", expressou o ator.
Um dos estigmas mais comuns sobre relacionamentos abertos é a percepção equivocada de que são "bagunçados" ou que as pessoas envolvidas neles são incapazes de manter um compromisso. Esse estereótipo ignora o fato de que relacionamentos abertos, assim como qualquer outro tipo de relacionamento, envolvem comprometimento, confiança e, acima de tudo, comunicação.
A ideia de que o amor e o desejo só podem ser direcionados a uma única pessoa por vez é uma norma cultural, não uma verdade universal. Assim como em relacionamentos monogâmicos, casais que optam pela não monogamia também estabelecem acordos, expectativas e limites. A diferença está em como esses limites são definidos. Não se trata de "falta de controle" ou "desorganização", mas de um formato relacional baseado em acordos claros e consentidos por ambas as partes.
Cada relacionamento aberto é único
"A gente tem momentos que às vezes escolhe. Tem momento que entra alguém ou, de repente, a gente vai fazer uma brincadeira ali. Os acordos e os diálogos são sempre necessários. E às vezes um acordo que hoje é uma coisa, amanhã pode não ser", explicou o ator.
É fundamental entender que não existe um único modelo de relacionamento aberto. Cada casal define suas próprias regras e expectativas. Alguns casais podem optar por abrir a relação apenas para encontros ocasionais, enquanto outros podem incluir outras pessoas de forma mais regular. O que importa, em todos os casos, é que os acordos sejam transparentes e respeitados.
Essas regras variam enormemente e são moldadas pelas necessidades e desejos de cada casal. O importante é que haja uma comunicação honesta e frequente para garantir que todos estejam alinhados e confortáveis com os termos acordados. Assim, o relacionamento aberto não é uma ausência de regras, mas sim uma construção conjunta de limites e liberdades que respeitam a individualidade e o bem-estar de cada pessoa envolvida.
Combatendo o Preconceito Contra Relacionamentos Não Monogâmicos
Infelizmente, relacionamentos não monogâmicos ainda são alvo de preconceito em nossa sociedade, que valoriza fortemente a monogamia como o "ideal" de relacionamento. Esse preconceito muitas vezes se baseia na falta de compreensão e em ideias moralistas que equiparam o amor e a lealdade à exclusividade sexual e afetiva.
No entanto, a monogamia não é uma "norma natural", mas sim uma construção social. Existem diversas formas de amor e de relacionamento, e o que funciona para um casal pode não funcionar para outro. Relacionamentos abertos ou não monogâmicos podem ser tão saudáveis e satisfatórios quanto relacionamentos monogâmicos, desde que as pessoas envolvidas estejam de acordo e sintam-se seguras e respeitadas.
"Relação aberta fala muito sobre os acordos que o casal entende que podem ser abertos", (Tiago Abravanel).
A fala de Tiago Abravanel é um lembrete de que cada casal tem o direito de construir a sua própria narrativa, livre de julgamentos externos. Precisamos reconhecer e respeitar a diversidade nas formas de amar e nos relacionar, e questionar os preconceitos que nos impedem de entender essa pluralidade.
O diálogo aberto e franco sobre novos modelos de relacionamento, como o que Tiago Abravanel trouxe à tona, é fundamental para desconstruir preconceitos e estereótipos. Relacionamentos abertos não são bagunça nem descompromisso; são, sim, uma forma de se relacionar baseada em confiança, diálogo e acordos mútuos. Cada relacionamento é único, e o respeito às escolhas individuais é essencial para promover uma convivência mais aberta e menos preconceituosa.
Vamos aproveitar essa oportunidade para refletir sobre como estamos lidando com as diferentes formas de amar e nos conectar, e como podemos ser mais inclusivos e compreensivos ao lidar com o que foge do tradicional. Afinal, o amor é plural e deve ser vivido de forma autêntica por cada pessoa.



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